28.1.13

Paris, arquitectura e afins

Faz quase dois anos que rumei a Paris. Não em busca da galinha dos ovos de ouro, não à procura de juntar dinheiro para a famosa retrait, mas porque queria trabalhar em arquitectura num local diferente. Perceber como se fazem projectos noutros países, o que exigem, como funciona, no fundo apreender. Claro que ter ficado com demasiada disponibilidade em virtude de Lisboa, Portugal ter deixado de ter projectos também ajudou. E se queria conhecer como se fazem projectos por essa Europa fora, deveria ter ido mais longe. Mas fui ficando em Paris.

Um convite foi-me feito e vim ajudar. Depois de muitos meses no vai não vai, interessa não interessa, cheguei a Paris em Abril de 2011. Sítio para dormir, capacidade financeira para me permitir ir a Lisboa todos os 15 dias ajudam a diminuir a distancia. O telefone fixo, o Skype e os emails também permitem que me sinta mais perto do que na realidade estou.

Mas ao fim de quase dois anos, tudo é questionável. Conhecemos melhor a empresa onde se trabalha e só tenho ideia que impera a má gestão, a desorganização e ainda algo que se usa em jargão como tesão de mijo. Interesse em tudo que se perder com o passar dos tempos.
A equipa é jovem e aposta-se nos estagiários. Os mais antigos têm um ano e meio. Todos os restantes menos de um ano. Há passagem meteóricas de estágios de 15 dias. Mandam-se vir coreanos por dá cá aquela palha. Há um acordo com uma instituição coreana por isso é só pedir. Não há formação, explicação ou integração inicial na empresa. Trabalhamos com hipotéticas bases rígidas de organização mas ninguém dá um pequeno lá-mi-ré sobre isso e é atira-los aos projectos.
Ao contrario do que oiço dizer, os jovens apostam no empenho com a falta de experiência. E é verdade. Mas não os vejo serem apreciados por isso. São lentos, não percebem o que se lhe diz, estão mal preparados é o que oiço.

Uma equipa mal preparada jovem de mente e jovem no local de trabalho não é uma equipa produtiva. Faz noitadas. Esforça-se. Mas a produtividade não é chegar às 8h30 da manhã e estar até às 19h a querer controlar tudo menos o trabalho que se tem de fazer para depois ficar até às 22h a fazê-lo. Andar 70% do tempo a dizer que se está ocupado e os restantes 30% a tentar interiorizar que se está ocupado, pode enganar o cérebro para nos sentirmos úteis e produtivos, mas à volta todos vem o que realemtne acontece.

Gerir não é fácil. Clientes, instituições, projectos, equipa, chefe...

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