21.8.11

Metro de Paris

Numa das minhas primeiras visitas a Paris foi-me dito que há troços e estações que não estão no activo. E que há passeios, de tempos a tempos, a estas áreas que já não estão ao serviço. Achei estranho, mas o Metro de Paris é tão antigo e grande que num século de vida é natural que estações tenham fechado, que linhas tenham alterado que novas tenham aparecido.

Metro de Paris

Depois de aqui chegar, pesquisei por uma balade no metro de Paris. E acabei por descobrir um mundo subterrâneo em constante mutação. :-) Senão vejamos:

O metro de Paris foi inaugurado a 19 de Julho de 1900, para a exposição Universal de Paris. Rapidamente se desenvolveu, na sua grande parte até ao inicio da Primeira Grande Guerra. Neste momento, são Ao todo são 214 km divididos por 16 linhas em grande parte subterrâneas e 300 estações, das quais, 62 são interfaces. Paris tem um dos sistemas mais densos, com 245 estações dentro dos 86,9Km2 que compõem a cidade de Paris e é o segundo sistema com mais tráfego, a seguir ao de Moscovo.

Metro de Paris

Agora os pontos interessantes:

  1. Existem duas estações que nunca foram usadas

    Porte Molitor - serviria a saída do Parc des Princes e Roland Garros no entanto a logística de a usar mostrou-se complicada. Construída em 1923 nunca foi sequer ligada ao exterior.

    Haxo
    - é uma estação que foi construída em 1921 para ligar duas linhas mas que por mudança estratégica foi abandonada, pelo que nunca foi efectuada uma ligação ao exterior também. Ligaria a linha 3 e 7, agora pequenas linhas 3bis e 7bis. Há no entanto um projecto para que a estação em conjunto com estas pequenas linhas deem originem a uma nova linha.

    Nenhumas destas estações estão acessíveis ao serviço pelo que não é possível vê-las.
  2. Estações fechadas e reabertas

No inicio da segunda grande guerra, o metro de paris fechou 85 estações. Esta situação deveu-se pelo facto de além do processo de redução de serviço em tempo de guerra, ser efectuada também uma requisição dos trabalhadores do metro para as linhas da frente.

A maior parte abriu no final da guerra. Algumas mantiveram-se fechadas por mais uns anos, havendo novas reaberturas em 1962, 1963, 1968 no entanto com horários encurtados. Foi já recentemente que estas estações começaram a abrir como as demais.

Em 1988 a ultima das estações a abrir, foi a CLUNY, agora como o nome de Cluny - La Sorbonne para permitir interface como a estação de RER mais próxima.

Uma estação que abriu e voltou a fechar mais tarde foi a estação de Saint-Martin. A razão para o seu fecho é o mesmo ao das 3 estações que se mantêm fechadas desde 1939: Arsenal, Champ de Mars e Croix-ROUGE. A proximidade como outras estações, menos de 100 metros.

Todas estas estações estão localizadas na linhas de serviço pelo que com um pouco de atenção é possível ver as estações abandonadas. Eu já consegui ver de fugida as estações de Champ de Mars e Croix-ROUGE.

Houve ainda estações que acabaram por dar origem uma só e ainda algumas que foram deslocadas em épocas de expansões para permitir a circulação de novas composições.

Há ainda 3 estações que não foram sequer finalizadas, mantendo-se apenas como caixas de betão construidas. São elas La Défense – Michelet e Élysées – La Défense que se previam para a expansão da Linha 1, mas que pelo facto de o atravessamento do Seine na zona do Prolongamento ter custos demasiados altos, este foi efectuado superiormente, o que as deixou abandonadas até hoje e Orly-Sud, estação prevista aquando da construção do aeroporto, sendo que não havendo projectos para ligação deste a Paris por uma linha de metro, se mantem como um espaço vazio em betão sob o terminal.

Metro de Paris

Para se ter uma ideia das linhas de metro existentes e destas estações, encontrei um mapa muito interessante que até nalgumas estações existentes se commpreende o porquê de existirem cais vedados ou sem uso.

Sobre as estações abandonadas e algumas linhas e tuneis encontrei ainda um excelente post aqui que ilustrado com fotografias muito interessante e explicações densas sobre os locais.

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